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A PREGAÇÃO SEM PALAVRAS

O ano era 2022 e o mês, Janeiro. Um grupo de jovens cristãos voluntários se organizava para doar suas férias a um projeto missionário cuja realização se daria através de levar tratamento odontológico gratuito aos menos favorecidos. Eram cerca de 20 pessoas, muito animadas indo para o Chile levar Jesus através de suas palavras e ações.

Chegando ao local, uma semana foi dedicada ao treinamento da equipe, cujo líder teve a oportunidade de compartilhar como Deus o havia direcionado a entregar sua vida, seu dinheiro, seu esforço, seu tempo e sua profissão para a glória dele. Sim, sua profissão. Esta se tornou sua maior ferramenta de proclamação do evangelho e por mais de 15 nações Deus já o havia levado para testemunhar do amor de Cristo, até mesmo em lugares onde havia perseguição aos cristãos.

Entre tantas histórias, estudos missiológicos e reflexões sinceras nas Escrituras, o grupo era conduzido a crer que mais do que anunciar Jesus aos perdidos, todos os presentes deviam viver Jesus e, através de suas ações, maniféstá-lo. “Pregue a todo tempo, se necessário, use palavras”, foi umas das frases citadas durante essas reuniões e que geraram um impacto profundo, sobretudo em uma das jovens que estava cursando Teologia e tinha como primazia o anúncio do evangelho. Seu nome era Clarice.

Este choque, que gerava certo desconforto, não havia sido por acaso: Deus estava preparando Clarice para entender o significado de pregar sem palavras. Acabado o treinamento, durante um mês inteiro a equipe se dirigiu a diversos lugares, desde a patagônia chilena, local remoto, onde seus integrantes serviram a pessoas que nunca tiveram acesso a um tratamento dentário em toda sua vida, até Santiago, capital do Chile, local movimentado e cheio de pessoas diferentes, e de cores, sons e cheiros diferentes.

O trabalho era árduo. Não havia tempo para descanso: a equipe carregava seis grandes malas pesadas por onde ia, montava o consultório e desmontava, e, ao final do expediente, muitas vezes havia batido a meta de 12 horas seguidas com apenas um breve intervalo para comer e retornar. A demanda era grande, o sacrifício para servir aquelas pessoas com excelência e amor, ainda maior.

E foi entre as horas mal dormidas, os pés inchados de tanto ficar em pé trabalhando, a exaustão física, o emocional abalado pela distância de casa, os banhos frios e todo tipo de desconforto, que Clarice entendeu o que Deus queria lhe falar; foi nestes lugares, esquecidos pelo governo e a presença escassa da igreja, que a gratidão das pessoas transbordou em muitas lágrimas, choros e sorrisos. Ali muitos questionamentos foram levantados pelas pessoas como: “o que motiva vocês a oferecerem um tratamento tão caro de forma gratuita?”, “porque deixaram o conforto de suas casas e gastaram dinheiro do próprio bolso para estarem aqui?” e até mesmo, “porque fazem tudo isso com tanta alegria e cuidado?”. Todas as respostas implícitas convergiam a Cristo e sua obra salvífica.

No meio disso tudo, Clarice entendeu o poder da pregação sem palavras, pois as pessoas puderam ver através de cada ação e de cada servir, um Jesus palpável e que se lhes tornava cada vez mais real em suas vidas à medida que se relacionavam com a equipe.

Depois dessa experiência, a jovem entendeu que não precisava apenas de um curso de Teologia para poder anunciar as boas novas, mas sim, precisava também de todo o evangelho percorrendo suas veias e pulsando em seu coração, movendo-a a entregar-se como Cristo fez, a amar como Cristo amou. Na cruz, Jesus testemunhou ao mundo acerca do seu amor, pendurado em um madeiro; sua pregação ecoou pelas eras e jamais foi esquecida, seu sacrifício por nós foi capaz de expressar o indizível. Enfim, Jesus pregou sem palavras e nós devemos fazer o mesmo.

 (Ps.: história baseada em fatos reais)

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História de

Yasmin Almeida Lopes, estudante de Teologia da Fasseb (2022)

Disponível também em Igemcomunicacao_narrativas: <@igemcomunicacao_narrativas • Fotos e vídeos do Instagram>.

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4 respostas

  1. A nossa experiência com a obra do Senhor Jesus Cristo, é um refrigério para nossa alma e corpo cansados do pecado que a cada dia nos prepara uma cilada.

    1. Obrigada por seu comentário, sr. Caio Márcio. De fato, a experiência com a obra do Senhor é altamente positiva tanto para aqueles que são alvo do trabalho como para os que se envolvem nessa atividade. Penso que os jovens que participaram desse trabalho aqui na América jamais se esquecerão dessa experiência!

  2. Como é maravilhoso sentir e ver o amor de Deus em nossas vidas,temos muito o que fazer,a começar em nossa casa.muito boa a essa narrativa.

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